SEIDI SÃO PAULO

O que vier na cabeça, sem revisar os textos.

Thursday, March 30, 2006

 


Antena 0

Como se faz uma rádio FM, como a Antena 1 (94.7 MHZ)?

É só pegar as músicas consideradas flashbacks, daquelas que se escutar mais de 2 vezes já fica impregnada na sua mente o resto do dia, e detalhe: apenas uma música de cada cantor. Assim fica mais fácil. Depois coloca tudo em algum software de gerenciamento de músicas do computador, e aciona a função random (aleatório) e voilá! A trilha sonora do consultório do seu dentista.

E assim o pessoal mantém esse negócio rentável (não tenho certeza disso), fácil de fazer e subliminarmente nocivo aos nossos ouvidos. Escutamos uma das músicas de Anita Baker três vezes ao dia. E todos outros que nem sei o nome, não faço questão de saber, nos visita repetidamente.

Será que é tão difícil de mudar as músicas? A Eldorado (92.9 MHZ) também está para seguir essa “tendência”. O que salva nessa estação são os pequenos programas de jazz, incluindo um apresentado pelo Nelson Motta. Alpha FM (107.0 MHZ) também é uma vitrola dando volta o dia inteiro.

As estações restantes são todas barulhentas, tanto de pagode como de rock ou dance music.

Uma jóia no meio de tudo isso, é sem dúvida, a Cultura FM (103.3 MHZ). Todos os programas são bons, chanson e chorinhos antigos no sábado, música experimental à noite, além de, obviamente, música clássica. O programa “Diário da Manhã” do Salomão Schvartzman é uma delícia cultural inteligente todas as manhãs das 8 às 9h, falando de política, cultura, vinho, arte, intercalando músicas de gosto finíssimo.

Gosto também de programas étnicos da Imprensa FM (102.5 MHZ). Normalmente ela toca forró, porém, em horários programados possuem ouvintes de várias comunidades. Todos as noites às 20:00 h, o som árabe anima os estressados no trânsito (pelo menos me anima) pelo programa “Orient Express”. Depois, às 22:00 h, a Rádio Nikkey apresenta músicas japonesas (em geral, antigas) e falácias dos locutores (um nissei e uma japonesa) numa salada de língua japonesa e portuguesa, com direito a sotaques carregados de nés. Aos domingos, na hora do almoço, bem convenientes para escutar com pasta da mamma ou aquela bacalhoada, os programas para comunidade portuguesa e italiana.

Ou seja, nem tudo está perdido nas rádios de São Paulo. Como sugestão, uma rádio com ênfase em jazz, outro que falasse somente em inglês (no Japão existe mais de 3 canais desse tipo), e outro só de talk shows sensatos. Agora, se são viáveis economicamente, é outra história. Talvez tenham que pegar emprestados alguns repertórios da Antena 1.

Conecte-se ao mundo.
www.live-radio.net/info.shtml


Friday, March 24, 2006

 


Criaturinhas

Ontem fui à inauguração do novo projeto do artista Roger Bassetto (http://www.rogerbassetto.com.br/), a POP livraria, galeria e arte. Ele, que desde o ano passado havia demonstrado interesse em abrir uma livraria, produziu um espaço interessante, não só de livros (com ênfase em artes visuais).

No mesmo local, inaugurou a mostra “Designer Toys”, com mais de 30 bonecos de vinil feitos por Gary Baseman, Tim Biskup, Dave Cooper, Will Sweeney, Camille Rose Garcia, David Horvath e Sun-in Kim, entre outros.

O “movimento” hoje conhecido como Designer Toys ou Urban Vinyl iniciou em Hong Kong no final dos anos 90 com o artista Michael Lau. Chegou rapidamente a Nova York, Los Angeles e Londres. No Brasil, acredito, é a primeira mostra do gênero.

Já havia dito que gosto muito da Birdie (do Mc Donald´s). Portanto fiquei maravilhado com aquelas criaturas, nem sempre simpáticas, carregados de significados,contestação e sarcasmo. Cláudia também adorou, não percam.



Designer Toys de 23 de março até 20 de maio de 2006
POP Livraria Galeria Arte
Segunda a sexta 14 às 20 h sábado 11 às 16 h
Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 297 Tel 3081-7865

Wednesday, March 22, 2006

 

Mais Cinque Terre

Achei mais uma foto, não reisti e coloquei aqui. (cliquem na foto para vê-la maior!)

Para confirmar de que realmente este lugar aguça o lado artístico adormecido de qualquer um.

 

Praias

É estranho falar de praia nessa época do ano, porém no hemisfério norte as pessoas estão se preparando para o verão.

Existem 2 lugares na Itália que realmente gostaria de conhecer: Positano (dispensa apresentações) e Cinque Terre.

Cinque Terre (foto ao lado) fica ao noroeste do país, em Ligúria, já próximo a Gênova. É formado por cinco vilarejos: Monterosso; Vernazza; Corniglia; Manarola e Riomaggiore. Cenários fantásticos, com casinhas coloridas, agarradas sobre os penhascos encravados num mar azul-cobalto.

Falando de praias, na Europa e na Costa Oeste dos Estados Unidos instalam um monte de atrações ao longo da costa, o que estraga o visual deles. Para começar, o píer. Parece romântico, ao cair da tarde, mas em geral são feios. E as atrações para a criançada. Roda gigante, castelos, escorregador com formato de um polvo enorme...Tudo isso no calçadão.

Olha que vemos coisas muito estranhas no Brasil também, sobretudo na arquitetura e no urbanismo, mas nos projetos para as orlas marítimas, os brasileiros têm bom gosto. Aqui a atração é a beleza natural e feminina.

Porém estou curioso para conhecer um lugar inusitado: Blackpool, no Reino Unido (foto abaixo). É considerado, pelos londrinos, um balneário popular, brega mesmo. A praia, com certeza, é de pedregulhos, e com direito a atrações como Blackpool Tower, 3 (repito, três) píer, roda gigante, parque de diversões etc, e para completar, a cidade orgulha-se da iluminação noturna dos prédios digna de concorrência com Las Vegas ou Atlantic City.

Ficou conhecido pelo filme japonês “Shall We Dance?” onde os protagonistas vão competir, na cidade, o Campeonato Mundial de Dança de Salão.

Às vezes, é mais inspirador um lugar como este do que uma praia de águas cristalinas e areias brancas, pois ali também tem vida.


Shall We Dance?
(JAP/1997)
Direção: Masayuki Suo
Elenco: Koji Yakusho, Tamiyo Kusakari

Wednesday, March 15, 2006

 


Pedestres egoístas

Rua Oscar Freire, Jardins. Tarde de sexta-feira ensolarada. Caminho pelas calçadas estreitas e acidentadas.

Na minha frente, dois "homens", vestidos na última moda, caminham em passos hilariantes. Um deles, de camiseta vermelha, o mais exaltado, rebola e fala como se estivesse desfilando pela Faubourg Saint Honoré. Suponho que trabalham em alguma dessas lojas dos Jardins.

Na nossa direção, vem caminhando duas moças, de óculos escuros, papeando, sem olhar para a frente, frenéticas.

Subtamente, os dois da minha frente pára. Quase tropeço neles.
- A-mi-ga! - grita o homem de camiseta vermelha para as moças.

Começam a contar novidades, "as últimas", se foram assistir ao "Segredo de Brokeback Mountain" etc. Continuo parado, pois estão ocupando toda a calçada. O da camiseta vermelha dá uns gritinhos originais, pulando como uma torcedora de futebol americano, dobrando o joelho para trás. Só faltam os pompons.

E é quem percebe na minha silenciosa presença. Me olha dos pés a cabeça, como se estivesse diante de um homem da montanha. Vira-se e continua a conversa. Aliás, ele acha que estou querendo entrar na conversa deles. Avanço e timidamente peço licença. Afina os olhos friamente e finalmente dá um pequeno espaço
para eu passar.

Alameda Santos, segunda-feira. Nublado. Dirijo o carro entre a Haddock Lobo e a Augusta. Velocidade respeitando regra de trânsito. No cruzamento com a Augusta, o semáforo está verde para mim. Os pedestres atravessam tranqüilamente. Apenas o meu carro aproxima deles, bem devagar (para não atropelar ninguém). De propósito, páro. Continua atravessando aquela massa de pedestres. O semáforo encara-me reluzente, num tom de verde perfeito. Estou nervoso (é coisa rara, mesmo). E buzino!Alto! Os pedestres, assustados no primeiro momento, olham para o meu carro, único na rua vazia de segunda-feira. E olham feio. Olhar de desprezo, pois atrapalhei a travessia deles, os donos da rua, esteja com o semáforo vermelho, amarelo ou rosa.

Os motoristas são de fato, egoístas. Porém, os pedestres também são. Sugiro que a CET comece a multar também os pedestres.

Vamos andar direito.
http://www.walkinginfo.org (em inglês)

Monday, March 13, 2006

 


CRIANDO, SEMPRE.

Einstein disse comicamente que o segredo da criatividade é saber como esconder a sua fonte.

Mas eu acredito que mesmo abrindo essa fonte para milhares de pessoas, no fim quem cria, cria. Que é uma pequena parcela. O resto é resto, fica apenas na imaginação e no "se fosse eu, teria feito assim..."
(LG Wash Bar, Paris - Café com lavanderia da marca LG)
Não há o que temer, vamos trocar informações!

Existe uma empresa holandesa, a Trendwatching, que "jorra" parte dassa fonte. No seu site, estão disponíveis tendências mundiais de consumo monitoradas por mais de 8.000 observadores de tendências nos Estados Unidos, Canadá, União Européia, Japão, Índia, Austrália, Brasil e mais 50 outros países. Você também pode fazer parte dessa equipe cadastrando-se no site www.springspotters.com.

É possível receber gratuitamente os informativos da Trendwatching. A empresa é composta por um time jovem, na casa dos 30 anos, inclusive o seu fundador Reinier Evers que fez carreira na área de internet. Como eles ganham dinheiro? Eles atendem empresas para realização de consultorias, seminários etc. O site deles é apenas seu cartão de visita. E que cartão de visita!

Não fique para trás.
Navegue pelo
www.trendwatching.com

Friday, March 10, 2006

 


Aqui não é lugar para...


Porta de banheiro de algum estabelecimento noturno desconhecido. Peguei de um site japonês.

Pelo jeito os clientes não são comportados.

Wednesday, March 08, 2006

 

Parabéns

As mulheres parcialmente conquistaram o seu espaço na sociedade, salvo algumas exceções, em algumas culturas.

O sociólogo sueco Göran Therborn, que lançou recentemente no Brasil o livro “Sexo e Poder – A Família no Mundo 1900 – 2000” (Ed. Contexto, tradução de Elisabete Dória Bilac, 512 págs., R$ 65,00), um profundo estudo sobre a evolução da família, afirmou, numa entrevista a Folha de S. Paulo, que o marxismo contribuiu para o desmantelamento do patriarcado, incentivando a participação feminina no mercado de trabalho, com creches para crianças.

Simone de Beauvoir disse que é pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, e que poderá garantir-lhe uma independência concreta.

Na minha humilde opinião, como a natureza criou Eva de um modo diferente do Adão, na prática, ainda está longe de a mulher conseguir a liberdade “de verdade”. A mulher é que que dá a luz um bebê, dá o leite, consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo. Hoje, a cena é a seguinte: mulher trabalha fora e dentro de casa. As mulheres brasileiras ou de países que foram colônias têm um pouco mais de sorte pois tem a tradição de contratar uma faxineira. No Japão por exemplo, as mulheres fazem de tudo em casa (cozinhar, lavar roupa, arrumar a casa), além de trabalhar fora.

A mulher conquistou a liberdade fora do lar, mas dentro dela ainda não consegue livrar do avental.

Não sei como é ser mulher, mas não deve ser fácil.

Mulheres: mas não endureçam tanto, uma pitada de estilo Ema Bovary não fará mal a vocês.


Madame Bovary
Gustave Flaubert
L&PM,
392 págs., R$ 19,00


Saturday, March 04, 2006

 



Dan Brown tupiniquim


Sempre quis brincar com Corel Draw,
fazendo essas coisas.

Tentei fazer o Código Di Cavalcanti, mas achei o "Mestiço" do Portinari o mais representativo.

Friday, March 03, 2006

 


Buenos Aires


Está tão perto, e nós esquecemos de visitar o nosso vizinho querido.

Existem vários pacotes, com preços atraentes (principalmente agora, na baixa estação).

América do Sul? É tudo a mesma porcaria! Quem diz assim, não conheceu Buenos Aires. Talvez não seja uma Londres. Paris. San Francisco. Aqui e ali eles também dão umas derrapadas. O bairro Palermo, exemplo. Ele é dividido em algumas zonas incluindo Palermo Soho e Palermo Hollywood...As pessoas de Recoleta tentam ser europeus, e assim por diante.

Porém, a cidade está em alta. Em mutação constante. Tem vida cultural vigorosa. E quem disse que argentinos são estúpidos? Claro que existem esses tipos, mas muitos são bem educados (afinal são europeus) e bons companheiros. Pessoalmente, gosto muito dessa cidade.

Segue abaixo a minha lista de coisas de Buenos Aires.

1) Buenos Aires está no circuito dos descolados internacionais. Existe até guia Time Out sobre a cidade. http://www.timeout.com/travel/buenosaires/
2) Tem o site da Prefeitura, com design de gosto finíssimo, bem inglês:
www.bue.gov.ar.
3) O design de lá, em geral é de bom gosto.
4) Os shoppings deles são mais criativos. Têm mais luz natural, menos pesado. Patio Bullrich,

Galerias Pacifico, Alto Palermo Shopping.
5) Ruas e calçadas...nem preciso dizer.
6) As pessoas andam, curtem a vida ao ar livre. San Telmo. Recoleta, aos domingos.
7) Cafés.
8) Livraria El Ateneo.
9) Estabelecimentos "londrinos", como Puerto Madero.
10) Bairro Palermo Viejo (tem o estilo do nosso Vila Madalena).
11) Menos violência.
12) Botecos da Boca. É prazeroso beber uma Quilmes e comer sanduíche de lingüça no Samovar de Rasputin, vendo porteños e turistas visitando o famoso Caminito.

12) Na época em que eu trabalhava para um hotel, tive a oportunidade de conhecer o Gran Bar Danzon.
http://www.granbardanzon.com.ar. Não sei se continua em alta, mas era um lugar ultra descolado.

13) Ainda não conheci, mas gostaria de espiar o bizzarro Faena Hotel + Universe
www.faenahotelanduniverse.com, projetado pelo Philipe Starck. Você encontrará quartos que remetem ao romantismo do belle époque decadente, um sala de jantar privativo que parece a casa da Família Adams...


Claro que Buenos Aires oferece muito mais, para todos os gostos (nem mencionei sobre o Tango). Consulte seu agente de viagens. Seja um cliente bem exigente, peça mimos e vá a Buenos Aires! Já!



Anúncio engraçadinho
Foto ao lado é um anúncio outdoor do Zôo de Buenos Aires. O urso polar que custa $ 28 é de pelúcia e o de $ 7 é o verdadeiro, o valor do ingresso.



 

Líquido Básico

Tenho uma amiga, Maria Cristina, loira, bonita e bem casada.

Ela tem um apelido: Básica.

"A Básica chamou a gente para comer pizza no Braz" me avisou Cláudia.

Fiquei repetindo na minha mente: básica, básica, básica...que palavra engraçada. E hoje está em todos os lugares: pretinho básico (provavelmente a sua origem); kit básico; saia básica; pacote básico, marketing básico. Namorado básico. Que tem um rostinho básico, mas salário nada básico...

No trajeto diário da casa até o trabalho passo por uma loja de roupas, na alameda Lorena. Chama-se
Lei Básica. Toda vez que eu vejo a placa, percebo que estou rindo sozinho, num riso contido, esquisito.

Historicamente possuimos os chamados vocabulários passageiros, da época. Porém, atualmente vejo que muitos deles são bastante convenientes, fáceis, líquidos, cinza. Nada de radicalismos.

Além do básico, existe o de repente.

"De repente dou uma passada aí".
"De repente, João pode ficar no mesmo quarto de Maria"

Um amigo mexicano dava gargalhadas com o nosso de repente. Ele substitui o talvez, provavelmente, pode ser.

Um outro curinga é o tipo.

"Tipo aquele cara da TV"
"Tipo você está escalando uma montanha, tipo com bicicleta, tipo no meio da madrugada"

Tem o significado de como, semelhante a(o). Os jovens usam em qualquer situação,
para poder dar uma pausa nas frases, por ser conveniente e não ter de pensar nas palavras exatas, claras.
As pessoas de origem japonesa usam muito. Tipo, tipo, tipo, né.
Preste atenção no seu amigo nissei. (Se bem que o já está sendo descartado pelos jovens da geração atual).

Falando em japoneses, no Japão existe a palavra betsuni. Usado também por jovens. Literalmente significa nada específico, mas é uma daquelas palavras estepe. Usa-se quando estiver com preguiça de expressar opinião ou não sabe o que responder.

"O que você achou do jantar de hoje, filho?"
"Betsuni..."
"Por que você está assim, pensativo?"
"Betsuni..."
E assim por diante.

O que era sólido desmanchou. É a modernidade líquida, dissecado no livro do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Hoje vivemos um momento líquido, sem a sua textura exata, fluido e sempre pronto para mudar a sua forma.

Modernidade Líquida
Zygmunt Bauman
Jorge Zahar Editor
260 páginas
R$ 41,00

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