Casas PintadasTirana e
Heliópolis. Aparentemente as duas localidades não têm nada em comum. A primeira é a capital da Albânia, um país que foi judiado pelo comunismo (um dois mais fechados da Europa) dirigido pelo Enver Hoxha. A segunda é a maior favela de São Paulo.
(Cidade de Girokaster, Albânia)A semelhança entre elas estão nas cores. Em 2003, o prefeito de Tirana criou um projeto que desafiava artistas a pintarem os edifícios decrépitos da cidade para levantar a moral e estima da população. A Cor em Heliópolis, projeto idealizado pelo arquiteto
Ruy Ohtake, com a parceria da Suvinil e do banco PanAmericano, pintou das fachadas de 270 casas, realizada com mão-de-obra da própria comunidade, previamente treinada pela equipe técnica da Suvinil.
(à esquerda: Tirana - à direita inferior: Heliópolis)
O projeto da Tirana ficou um tanto chocante, pois alguns estão com cores gosto duvidoso e ainda, uma coisa é pintar a favela, outra é pintar a cidade inteira. Bem, o que vale é a intenção. Veja os resultados nas fotos apresentadas aqui.
Falando em Tirana, Albânia é um destino que me interessa. Tão distante e desconhecido para nós, porém, misterioso. Situado no mar Adriático, na conturbada península balcânica, é um dos países mais pobres da Europa. A maioria da população é muçulmana. Possuem cidades históricas, sítios arqueológicos – na antiguidade pertencia a região da Ilíria – tudo intocado, porém em estado de abandono. A personalidade mais conhecida é o escritor
Ismail Kadaré, do romance “Abril Despedaçado” que deu origem ao filme do Walter Salles Jr.
As Grandes Maravilhas
Franco-paulistano. Os arquitetos estão chamando assim a onda de arquitetura neoclássica que está invadindo São Paulo. Prédios comerciais, lojas, apartamentos, “
mansões suspensas”...
São formas aparentemente clássicas, charmosas, “francesas”, porém, cheira algo de rico-novo. Recentemente, numa entrevista a um grande jornal, um crítico de arquitetura
avaliou que esses projetos estão todos errados, em termos de referência ao clássico, algo como um texto literário cheio de erros de ortografia, sintaxe etc. (como este blog...)
A super loja Daslu, é um bom exemplo dessa arquitetura. Era uma boa oportunidade de fazer uma coisa bem ousada (o terreno é imenso) tipo Rem Koolhaas, porém, como toda boa construção “chique” de São Paulo, acabou optando mesmo pelo
franco-paulistano.
(foto ao lado: projeto de Rem Koolhaas em Beijing, China)Não vemos esse tipo de edifícios em outras regiões do Brasil e do exterior. Talvez possa equiparar, em termos de pretensão àquelas construções da Flórida, nos Estados Unidos. São apartamentos e shoppings como Mizner Park em
Boca Raton, com toque de “mediterrâneo”.
Na Ásia também vemos coisas engraçadas, do Japão (um parque temático holandês) a China (foi inaugurada recentemente uma vila que imita Veneza).
Enquanto isso na própria Europa, que é o berço do clássico, os críticos têm torcido o nariz para coisas modernas demais como a pirâmide de vidro do Louvre ou obras de Santiago Calatrava. Mas, pelo menos são modernos, com materiais modernos e tecnologia idem. Veremos como estará o estado de conservação desses franco-paulistanos daqui a 10 anos.
Ousada mesmo é a loja da
Louis Vuitton em Paris...
Site dos arquitetos:
veja www.vitruvius.com.br