Antena 0Como se faz uma rádio FM, como a
Antena 1 (94.7 MHZ)?
É só pegar as músicas consideradas
flashbacks, daquelas que se escutar mais de 2 vezes já fica impregnada na sua mente o resto do dia, e detalhe: apenas uma música de cada cantor. Assim fica mais fácil. Depois coloca tudo em algum software de gerenciamento de músicas do computador, e aciona a função random (aleatório) e
voilá! A trilha sonora do consultório do seu dentista.
E assim o pessoal mantém esse negócio rentável (não tenho certeza disso), fácil de fazer e subliminarmente nocivo aos nossos ouvidos. Escutamos uma das músicas de Anita Baker três vezes ao dia. E todos outros que nem sei o nome, não faço questão de saber, nos visita repetidamente.
Será que é tão difícil de mudar as músicas? A
Eldorado (92.9 MHZ) também está para seguir essa “tendência”. O que salva nessa estação são os pequenos programas de jazz, incluindo um apresentado pelo Nelson Motta. Alpha FM (107.0 MHZ) também é uma vitrola dando volta o dia inteiro.
As estações restantes são todas barulhentas, tanto de pagode como de rock ou dance music.
Uma jóia no meio de tudo isso, é sem dúvida, a Cultura FM (103.3 MHZ). Todos os programas são bons, chanson e chorinhos antigos no sábado, música experimental à noite, além de, obviamente, música clássica. O programa “Diário da Manhã” do
Salomão Schvartzman é uma delícia cultural inteligente todas as manhãs das 8 às 9h, falando de política, cultura, vinho, arte, intercalando músicas de gosto finíssimo.
Gosto também de programas étnicos da Imprensa FM (102.5 MHZ). Normalmente ela toca forró, porém, em horários programados possuem ouvintes de várias comunidades. Todos as noites às 20:00 h, o som árabe anima os estressados no trânsito (pelo menos me anima) pelo programa “
Orient Express”. Depois, às 22:00 h, a Rádio Nikkey apresenta músicas japonesas (em geral, antigas) e falácias dos locutores (um nissei e uma japonesa) numa salada de língua japonesa e portuguesa, com direito a sotaques carregados de
nés. Aos domingos, na hora do almoço, bem convenientes para escutar com pasta da mamma ou aquela bacalhoada, os programas para comunidade portuguesa e italiana.
Ou seja, nem tudo está perdido nas rádios de São Paulo. Como sugestão, uma rádio com ênfase em jazz, outro que falasse somente em inglês (no Japão existe mais de 3 canais desse tipo), e outro só de
talk shows sensatos. Agora, se são viáveis economicamente, é outra história. Talvez tenham que pegar emprestados alguns repertórios da Antena 1.
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