Por que são tão pequenos, os nossos edifícios?
Não possuo a formação acadêmica para criticar arquitetos. Porém, sinto que é unânime a avaliação negativa em torno do arco da
Praça do Patriarca. A obra é de Paulo Mendes da Rocha, sim, o grande arquiteto brasileiro que recebeu recentemente o prêmio Pritzker.
É merecido o tal prêmio pois, excluindo o tal arco, existem projetos notáveis, incluindo a reforma da
Pinacoteca do Estado.
Acabei de ler trechos da sabatina realizada pela Folha de S. Paulo, com o próprio
Mendes da Rocha, e concordei, sem exceção com todos os pontos por ele citados.
Um deles foi questão da
avenida Paulista. Ele disse que é uma avenida contraditória, pois, apesar de ser o marco da cidade, do desenvolvimento econômico, os prédios são tão miúdos... Isso é devido aos construtores forçarem a erguer espigões a partir dos terrenos dos antigos casarões. Aqui está resolvida a minha dúvida! Sempre questionei sobre a área construída, achava
pequena demais. Enquanto em outras grandes cidades existem loteamentos gigantescos, construindo verdadeiros centros comunitários de negócios, lazer e convivência, os prédios da Paulista, apertados na planta dos casarões derrubados, mais parecem predinhos de subúrbio. O único empreendimento grandioso, segundo Mendes da Rocha é o Conjunto Nacional. E por mim, vale essa observação para toda a cidade (menos o Centro): Faria Lima, Juscelino,
Berrini, este ultimo, um absurdo exemplo de urbanização feita às pressas, sem calçada decente, e aqueles prédios miúdos...Convivem com boteco e borracharia, os executivos de tecnologia de ponta.
Talvez justamente por isso é que faz de São Paulo uma cidade única.
(fotos acima são da Praça do Patriarca, ontem e hoje)